Churrasco com os tropeiros |
Depois
da safra de 1896, Pedro Osório passou a explorar a charqueada do tenente
coronel Alfredo Augusto Braga, nas proximidades da Tablada e, numa atividade
sempre crescente, na safra de 1898 já operava com o estabelecimento denominado
“Pelotas”, sob a administração do sr.Bernardino dos Santos, ano em que o jornal
“A Pátria Nova”, de São Gabriel, noticiava que “os maiores preços da safra
do boi gordo eram pagos em Pelotas, pelo industrialista cel.Pedro Luiz da Rocha
Osório, oscilando em 130$000 o mais alto.” Na safra de 1889 a 1890 foram abatidas
milhares de reses para o charque em Pelotas. Na Tablada ,
local pelotense de atuação de vários corretores, homens de projeção social na
venda de tropas de gado, era grande o prestígio de Pedro Osório com a passagem,
em 1890, de 406.976 cabeças e, no ano seguinte, 350.011 entre novilhos e vacas
de cria.
Geralmente
a charqueada do cel.Pedro Osório, à margem do arroio Pelotas, iniciava a safra
no município. As tropas eram apresentadas na Tablada, das 8 às 10 horas da
manhã, segundo convenio firmado.
Na relação
da matança safra 1905, e nas anteriores, Pedro Osório & Cia. foi a empresa
de maior destaque com 32.850 rezes, seguida de Tamborindeguy & Cia.
(22.348), Brutus Almeida & Filhos (20.070), Silva Tavares & Cia.
(15.083), e a mais baixa foi a de Lacerda & Cia. (4.480), no total de 10
firmas operando.
Em 1907
outros setores do Estado foram beneficiados pelo desenvolvimento empolgante da
firma Pedro Osório, Abreu & Cia., constituída pelos sócios Pedro Luis da
Rocha Osório, Alberto Roberto Rosa e Carlos Gomes de Abreu. Na instalação do
estabelecimento em Tupanciretã é interessante assinalar que repetidas
coincidencias funestas ocorreram, com o ânimo de Pedro Osório posto à prova a inauguração ocorreu sòmente na 4ª tentativa.
A filial criada por Pedro
Osório em Tupanciretã (1907) ainda associado ao cel.Alberto Roberto Rosa, sob
administração de seu antigo funcionário Carlos Gomes de Abreu, pioneira na
região Serrana, a partir de 1908 passando à firma Pedro Osório, Abreu &
Cia., trouxe um surto assombroso de progresso e, a seu lado, foram erguidas em
1913 mais duas fábricas visando o aproveitamento dos produtos excedentes da
indústria do charque e a industrialização de carnes atraves de conservas. Em
1916 foi adminitido nesta firma comercial o sr.Indalécio Osório da Rocha,
sobrinho de Pedro Osório, que fôra durante anos administrador interno do
estabelecimento São Gonçalo. Em 1917, o cel.Carlos Gomes de Abreu já era seu
sócio, passando a firma em 1920
a contar com mais dois associados: os coronéis Marcial
Terra e Laudelino Barcelos. Esta charqueada não trouxe apenas resultados
monetários: Tupanciretã, naquela época apenas um povoado muito pequeno
pertencente aos municípios de Cruz Alta e Júlio de Castilhos, obteve
considerável impulso, começando sua economia a acentuar-se dia a dia, tornando-a
uma das localidades mais futurosas em nosso Estado ; alem de explorar a indústria da
carne enlatada, exportando em grandes
quantidades, dedicou-se ao
aproveitamento dos sub-produtos, fabricando sabão e vela, cuja produção se
elevou a milhares de toneladas. Após 33 anos de sociedade com seu velho amigo,
o sócio Alberto Roberto Rosa afastou-se da vida comercial. A firma de Tupanciretã passou a girar sob
nova razão social: Osório, Abreu, Terra & Cia., com os sócios cel.Carlos
Gomes de Abreu, Marcial Gonçalves Terra e Laudelino Flores de Barcellos,
prosseguindo no mesmo ramo de negócio e com resultados amplamente
satisfatórios. Na época do falecimento de Pedro Osório, em 1931, esta
charqueada girava sob a razão social de Osório & Terra. Tupanciretã muito deve ao
cel.Pedro Luiz da Rocha Osório, quer na sua emancipação política como no seu
desenvolvimento industrial e comercial, tanto assim que lá foi batizada uma
bela praça com seu nome e uma herma daquele operoso riograndense foi erguida,
sendo considerado pelo povo “o fundador da cidade”.
O cel.Pedro Osório tambem adquiriu
em Pelotas uma charqueada no Areal, na época pertencente ao sr.Bernardino
Rodrigues Barcelos, e a charqueada da Costa, fundada por Domingos José de
Almeida, mais tarde demolida e reconstruída por Venceslau José Gomes, que a
passou a Junius Brutus Cassio de Almeida, depois à Cia.Pastoril e Industrial do
Sul do Brasil, adquirida pelo Cel.Pedro Osório e, finalmente, passada a João
J.Moreira. Pedro Osório tambem teve charqueada sobre a margem esquerda do canal
do São Gonçalo.
Texto e foto baseados nos livros por editar: "O Tropeiro que se fez Rei, de Vera Rheingantz Abuchaim", e "Dr.Oscar, deste bloguista".
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