terça-feira, 25 de junho de 2013

O REI DO ARROZ



      Pedro Osório, com diversas charqueadas e estâncias bem sucedidas, entrou para a cultura e beneficiamento do arroz por julgar ser o momento de aproveitar as ótimas terras gaúchas para esse cereal que teve, no Brasil, o primeiro país da América do Sul a cultivá-lo (início do século XIX) embora sendo um dos últimos a produzi-lo em abundância. Antes do arroz, a riqueza do Rio Grande do Sul, por muitos anos, foi quase exclusivamente o charque e a pecuária, não se podendo dizer exatamente onde termina o ciclo do charque e onde começa o ciclo do arroz.
Outros o precederam, desde o século XVIII pequenas culturas sem expressão econômica existiram ocasionalmente nos estados do norte e algumas tentativas no início do século XX influíram como precursoras de sua iniciativa, mas cabe-lhe, incontestàvelmente, destacado lugar entre os pioneiros da lavoura arrozeira gaúcha, e a mais culminante posição pelo arrojo dos empreendimentos, pela persistência de propósitos diante de dificuldades aparentemente insuperáveis, e pelo esforço incansável em busca de conhecimentos técnicos para aperfeiçoamento dos métodos de cultura.

Pedro Osório revisando o arroz colhido

Em 1907 iniciava o Cel.Pedro Osório seu primeiro arrozal, sob os cuidados do sr.Francisco Malaquias de Borba, semeando trinta sacos à margem direita do Arroio Pelotas, em seu estabelecimento denominado “Cascalho”, a montante do local onde, três anos antes, fôra lançada a primeira lavoura arrozeira do sul do Estado e de propriedade de Irmão Lang & Saenger. Irrigada deficientemente por falta de nivelamento adequado, carente de indispensáveis preceitos técnicos, a lavoura de Pedro Osório produziu reduzida colheita e grande prejuízo.
Encurtando despesas e persistindo no empirismo, contratou engenheiro e fez estudar uma área quase três vezes maior que a inicial, onde não obtivera resultados satisfatórios, construindo canais e calhas no primeiro “levante” utilizado para irrigação no Brasil de que se tem notícias (local conhecido como “quadrinha”, no Cascalho, com as bases até hoje visíveis), esgotos e entaipamentos, e lançou à terra mais de cem sacos de sementes, dando à área em cultivo irrigação adequada e os cuidados necessários. A colheita abundante foi o justo prêmio de sua inteligente perseverança.

Sob a firma Osório & Schild começou verdadeiramente o trabalho, ainda no Cascalho, administrada pelo sócio João Schild, cuja plantação elevou-se a 300 sacos de sementes. Nas várzeas do Cascalho, da Galatéia e do Liscano, onde Pedro Osório criava gado, surgiram audaciosas e imponentes lavouras.
Daí por diante foram aumentando visìvelmente suas plantações, multiplicadas as lavouras e, aos poucos, constituídas as sociedades. Vencida a primeira etapa, Pedro Osório organizou granjas, constituiu novas firmas, elevou as sementeiras a milhares de sacos, e voltou suas vistas para o beneficiamento do produto, para a melhoria das terras pela aplicação do adubo, para a seleção dos tipos, e para os meios de transporte. 
Esta postagem está baseada nos livro "O Tropeiro que se Fez Rei, de Vera R.Abuchaim", e que está impresso e pronto para o lançamento em breve, e "Dr.Oscar, do autor deste blog", a ser lançado em 2014.
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