quinta-feira, 28 de junho de 2012

PEDRO LUIS DA ROCHA OSÓRIO


                Pedro Luis da Rocha Osório, sobrinho do Marechal de Campo Manuel Luis Osório (Marquês do Herval), nasceu em 9 de junho de 1854 na estância de seus pais, Major José Luis Osorio e D.Florinda da Rocha, em Caçapava do Sul-RS.

Pedro Osório, por volta de 1962
            Criado livremente na “Sentinela dos Cerros”, antes povoado de Nossa Senhora da Assunção de Caçapava, estudou e completou o curso primário na única escola lá existente, a primeira em terras gaúchas, fundada por um dos filhos do Cel.Tomaz Luis Osório (primeiro donatário das terras de Pelotas), dirigida pelo professor Pedro Pereira Maciel, admirado e citado por Pedro Osório por tôda sua existência. Sua infância foi interrompida aos doze anos de idade, com a perda dos pais, pouco recendo de herança. Deu carta de alforria aos escravos que lhe couberam, assim como seus irmãos também o fizeram.

Começou a trabalhar em Caçapava, como tropeiro-viajante, indo para Pelotas, capital da campanha e o grande centro comercial e industrial da época, ao completar dezessete anos. Lá chegando a 20 de junho de 1871, esperançoso e sem dinheiro, em julho empregou-se como último caixeiro na "casa de fazendas" de Januário Joaquim Amarante. Trabalhou sem nada ganhar por seis meses, em paga ao chamado “tributo da praticagem”, depois passando a receber vinte e cinco mil réis mensais. Obteve diversas promoções por merecimento, só deixando a firma em 1875, quando esta foi encerrada.

Logo aceitou convite do sr.Francisco Antunes Gomes da Costa, Barão do Arroio Grande, para trabalhar como caixeiro na sua charqueada do Arroio Pelotas. Para Pedro Osório, ainda jovem libertador de seus escravos, o clima da charqueada foi quase insuportável nos primeiros tempos. Apesar do espírito evoluído do barão, militante nas hostes liberais desde os seus vinte anos, o regime mantido na sua e nas outras organizações industriais era o da escravidão, com sacrifício de homens de liberdade contida.


Pedro Osório, na década de 1870
 Nessa velha charqueada escravagista, êle formou seus conhecimentos práticos sobre a indústria saladeril, em que se tornou mestre, e com o que na República, através do emprego daqueles mesmos homens, iria “concorrer para a solução do problema da incorporação do proletariado na sociedade moderna” (Joaquim Osório, Diário Popular, abril de 1931). A partir daí dedicou-se à indústria do charque, sempre aperfeiçoando seus conhecimentos e progredindo espantosamente, até chegar a ser, provàvelmente, o maior charqueador do Rio Grande do Sul no final da era do charque, e um dos maiores industrialistas do estado.
            Manoel Rafael Vieira da Cunha e João Antonio Netto, sob cujas ordens no estabelecimento do Barão do Arroio Grande Pedro Osório trabalhou durante as safras de 1876 e 1877, souberam iniciá-lo na prática dessa indústria, pondo-o a par dos mínimos detalhes da profissão, dando-lhe tambem o exemplo do trabalho severo, metódico, organizado e produtivo. Quando se dissolveu a sociedade deles com o barão, Pedro Osório, tendo sido seu administrador e gerente, foi convidado a cooperar com o ex-sócio Costa, ocupando a cadeira de seus preceptores na nova firma, Costa & Netto. Auxíliando financeiramente a uns, guiando com sua experiência a outros, nunca negou ajuda a pessoas humildes, como êle o fora, como tambem despertava-lhes a vontade do trabalho, indispensável para o progresso de qualquer empreendimento.

óleo de Maria Cecília Tavares Pereira

       



 Não lhe passou desapercebida a sociedade feminina pelotense, cedendo ao encantamento da beleza morena de Maria Cecília Alves Pereira, inteligente e culta, filha do dr.Gervásio Alves Pereira e de d.Maria Cecilia Tavares Pereira, dotada de belíssima voz abrilhantando as maiores festas da cidade, principalmente aquelas de caridade.
Pedro Osório e Maria Cecília, 1891

         

   Casaram-se em 1891. Êle, chefe exemplar; ela, esposa dedicada, animadora de seus empreendimentos, sempre pronta a aplaudí-lo em suas ações, quer do amparo isolado, quer da colaboração às instituições que viessem beneficiar a coletividade, mas jamais restringindo o seu devotamento espontâneo exclusivamente ao lar: não havia, nessa cidade, uma única instituição beneficente que não contasse com seu apoio eficaz. 
      Tiveram cinco filhas: Maria, Alice, Cecília, Marina e Dora.

Texto adaptado dos livros por publicar "O Tropeiro que Virou Rei", de Vera R.Abuchaim, e "Dr.Oscar e seus Empreendedores Ascestrais", deste bloguista.










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