Pedro Luis da Rocha Osório e Maria Cecília |
O comércio foi a primeira atividade
prática de Pedro Osório, encontrando na industrialização e comércio do charque
a sua própria personalidade. Soube transmitir a seus chefes suas apreciadas
qualidades de administrador e técnico na famosa indústria da qual Pelotas foi o
maior centro graças à iniciativa tomada pelo cearense José Pinto Martins (já
em 1808 figurando como grande explorador e comerciante do charque).
O segundo período da vida comercial
de Pedro Osório começou na nova firma Costa & Netto, após
dissolvida a sociedade deles com o Baräo do Arroio Grande assumindo o seu
lugar. Nas duas primeiras safras (1878 e 1879), tendo como administrador interno
o sr.João Antônio Netto, perito na técnica da indústria do charque,
completaram-se seus conhecimentos. Daí para a frente, sob a orientação
inteligente e amiga do Barão do Arroio Grande, Pedro Osório revelou-se um
industrialista de futuro. Esta firma durou dois anos, suficientes para que
Francisco Antunes soubesse ter em Pedro Osório um empregado com apreciáveis
qualidades, escrupuloso capricho, grande correção no trabalho e integridade de
caráter.
Convidado para sócio da indústria,
ficando-lhe assegurado 1/3 nos lucros, Pedro Osório aceitou, progredindo cada
vez mais até o fim da safra de 1885 quando, já com bastante experiência e
contando com um capital de dezoito contos de réis, lançou-se por conta própria
na industrialização da carne.
Pedro Osório conseguiu contagiar
com o seu entusiasmo ao comendador Antonio da Costa Correa Leite e a Antonio
Rodrigues Cordeiro, que não lhe negaram o amparo em nenhum momento, tendo-lhe o
primeiro posto à disposição todos os recursos necessários para a consecução dos
seus planos.
Contando com a confiança desses dois homens Pedro Osório inicia, em 1886, a sua primeira
indústria, comprando do sr.Leonídio Antero da Silveira o estabelecimento
denominado Cascalho, em dois anos
conseguindo fazê-lo funcionar apesar dos baixos preços vigorantes para o
charque, multiplicando várias vezes o magro capital com que começara. Ao
encerrar-se o balanço da safra de 1887, Pedro Osório havia elevado a cento e
treze contos de réis o seu capital, dando-lhe um alto conceito no comércio exportador
do charque e aumentando sua ação no setor.
Frente da Casa do Cascalho, sul, ... |
... e sua lateral oeste. |
No mesmo ano em que Deodoro implantava
a República, e que em todo o Brasil era intenso o movimento dos legionários da
Ordem e do Progresso, Pedro Osório prosseguia a política saladeril,
constituindo a firma “Pedro Osório & Cia.”, em parceria que se estendeu até
1922 com o cel.Alberto Rosa, destinada a explorar o ramo de charqueadas e tudo
o que se relacionasse com a pecuária, dando a base definitiva à sua atividade
industrial no charque, e mesmo os elementos para iniciar a cultura do arroz no
município. Dali êle pode irradiar aquele tremendo movimento industrial que, não
contente de ter renovado o progresso de Pelotas, em 1873 com 35 charqueadas,
abarcando todo o Rio Grande, de Caxias a Tupanciretã, de Quaraí a Bagé, e aos
confins dos municípios vizinhos. A partir daí foi muito acelerada a atividade
desta importante firma. Em 1890 possuía armazéns em frente ao porto de Pelotas,
e tomava a iniciativa de industrializar o boi em outras localidades do Estado.
No final de 1896 Pedro Osorio, Alberto Rosa e João Lopes
Carvalho, sob a razão social de Rosa, Carvalho & Osorio, compraram da Companhia
Pastoril Industrial Sul do Brasil, representada pelos síndicos Epaminondas
Piratinino de Almeida e Conceição & Cia, a charqueada São Gonçalo, que passou a funcionar sob a
administração do charqueador Pedro Lobo
Vinhas. A estrutura completa possuia casa de moradia, galpões,
mangueiras, currais, carroças, carrinhos de mão, balança, etc.
Ainda
nesse ano Pedro Osorio & Cia comprou,
da mesma firma, a Charqueada Solar da Figueira, situada na margem direita do Arroio Pelotas, nela havendo um casarão construído
por Bernardino R. Barcellos para residência da família, ainda hoje existente e
conhecida como “Colônia de Férias D. Branca Dias Mazza”.
Texto baseado nos livro por editar de autoria de Vera R.Abuchaim, O PEÃO QUE SE FEZ REI, e deste bloguista, Dr.OSCAR.
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