sábado, 18 de agosto de 2012

UM GRANDE CHARQUEADOR

Pedro Luis da Rocha Osório e Maria Cecília

O comércio foi a primeira atividade prática de Pedro Osório, encontrando na industrialização e comércio do charque a sua própria personalidade. Soube transmitir a seus chefes suas apreciadas qualidades de administrador e técnico na famosa indústria da qual Pelotas foi o maior centro graças à iniciativa tomada pelo cearense José Pinto Martins (já em 1808 figurando como grande explorador e comerciante do charque).

O segundo período da vida comercial de Pedro Osório começou na nova firma Costa & Netto, após dissolvida a sociedade deles com o Baräo do Arroio Grande assumindo o seu lugar. Nas duas primeiras safras (1878 e 1879), tendo como administrador interno o sr.João Antônio Netto, perito na técnica da indústria do charque, completaram-se seus conhecimentos. Daí para a frente, sob a orientação inteligente e amiga do Barão do Arroio Grande, Pedro Osório revelou-se um industrialista de futuro. Esta firma durou dois anos, suficientes para que Francisco Antunes soubesse ter em Pedro Osório um empregado com apreciáveis qualidades, escrupuloso capricho, grande correção no trabalho e integridade de caráter.

Convidado para sócio da indústria, ficando-lhe assegurado 1/3 nos lucros, Pedro Osório aceitou, progredindo cada vez mais até o fim da safra de 1885 quando, já com bastante experiência e contando com um capital de dezoito contos de réis, lançou-se por conta própria na industrialização da carne.
Pedro Osório conseguiu contagiar com o seu entusiasmo ao comendador Antonio da Costa Correa Leite e a Antonio Rodrigues Cordeiro, que não lhe negaram o amparo em nenhum momento, tendo-lhe o primeiro posto à disposição todos os recursos necessários para a consecução dos seus planos.

Contando com a confiança desses dois homens Pedro Osório inicia, em 1886, a sua primeira indústria, comprando do sr.Leonídio Antero da Silveira o estabelecimento denominado Cascalho, em dois anos conseguindo fazê-lo funcionar apesar dos baixos preços vigorantes para o charque, multiplicando várias vezes o magro capital com que começara. Ao encerrar-se o balanço da safra de 1887, Pedro Osório havia elevado a cento e treze contos de réis o seu capital, dando-lhe um alto conceito no comércio exportador do charque e aumentando sua ação no setor.
Frente da Casa do Cascalho, sul, ...

... e sua lateral oeste.

No mesmo ano em que Deodoro implantava a República, e que em todo o Brasil era intenso o movimento dos legionários da Ordem e do Progresso, Pedro Osório prosseguia a política saladeril, constituindo a firma “Pedro Osório & Cia.”, em parceria que se estendeu até 1922 com o cel.Alberto Rosa, destinada a explorar o ramo de charqueadas e tudo o que se relacionasse com a pecuária, dando a base definitiva à sua atividade industrial no charque, e mesmo os elementos para iniciar a cultura do arroz no município. Dali êle pode irradiar aquele tremendo movimento industrial que, não contente de ter renovado o progresso de Pelotas, em 1873 com 35 charqueadas, abarcando todo o Rio Grande, de Caxias a Tupanciretã, de Quaraí a Bagé, e aos confins dos municípios vizinhos. A partir daí foi muito acelerada a atividade desta importante firma. Em 1890 possuía armazéns em frente ao porto de Pelotas, e tomava a iniciativa de industrializar o boi em outras localidades do Estado.

No final de 1896 Pedro Osorio, Alberto Rosa e João Lopes Carvalho, sob a razão social de Rosa, Carvalho & Osorio, compraram da Companhia Pastoril Industrial Sul do Brasil, representada pelos síndicos Epaminondas Piratinino de Almeida e Conceição & Cia, a charqueada São Gonçalo, que passou a funcionar sob a administração do charqueador Pedro Lobo Vinhas. A estrutura completa possuia casa de moradia, galpões, mangueiras, currais, carroças, carrinhos de mão, balança, etc.

Ainda nesse ano Pedro Osorio & Cia comprou, da mesma firma, a Charqueada Solar da Figueira, situada na margem direita do Arroio Pelotas, nela havendo um casarão construído por Bernardino R. Barcellos para residência da família, ainda hoje existente e conhecida como “Colônia de Férias D. Branca Dias Mazza”.


Texto baseado nos livro por editar de autoria de Vera R.Abuchaim, O PEÃO QUE SE FEZ REI, e deste bloguista, Dr.OSCAR.

  
Churrascos e refeições gaudérias!!!



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