terça-feira, 26 de novembro de 2013

O REI DO ARROZ II

Cel.PEDRO OSÓRIO 


“O seu sadio idealismo, cívicas, filantrópicas e industriais vibrações, determinaram para Pelotas maravilhosas renascença. Para essas paragens convergiu gente da circunvizinhança. Povoou o deserto e, às margens do Pelotas e Piratini, se levantaram as choupanas onde, até hoje, reinam ordem, paz e felicidade, outorgadas aos agricultores pelo trabalho diuturno e honesto” (Visão Panorâmica de Pelotas).

A partir do sucesso nas lavouras do Cascalho, foram aumentando visìvelmente as plantações do Cel.Pedro Osório, multiplicadas as lavouras e, aos poucos, constituidas as inúmeras e vitoriosas sociedades. 

Vencida a primeira etapa, Pedro Osório organizou granjas, constituiu novas firmas, elevou as sementeiras a milhares de sacos, e voltou suas vistas para o beneficiamento do produto, para a melhoria das terras pela aplicação do adubo, para a seleção dos tipos e para os meios de transporte.

Espírito empreendedor e altruísta, o Cel.Pedro Osório não procurou guardar só para sí a fonte de lucros vislumbrada. Estendeu suas lavouras, organizando-as em firmas autônomas, compreendendo seu profundo alcance econômico-social. Adquirindo várias granjas no Retiro, Arroio Grande, Tapes, etc, associou-se tambem a diversos industrialistas e pecuaristas da época que desejavam tentar a rizicultura, destacando-se João Schild, Francisco Borba, João Simões Lopes, João Ribas, alem de muitos outros.

“Haviam atingido a enorme extensão de 1.150 ha, em 6 anos, as culturas de arroz empreendidas por Pedro Osório e iniciadas em 1907 com 30 ha(A cidade de Pelotas, Fernando Osório Fº, pág.239).

Deu sociedade aos seus administradores residentes, homens afeitos ao trabalho da terra, ao invés de mantê-los como simples empregados, criando diversas empresas arrozeiras, nas quais êle era o único sócio capitalista. Nem sempre foram bem sucedidas, algumas sofrendo revezes com apreciáveis prejuízos mas, se estes eram causados por circunstâncias que independiam da administração, era Pedro Osório que, embora atingido pela maior perda, animava seus auxiliares a perseverarem no nobre trabalho da lavoura, fornecendo novos elementos para a empresa prejudicada, ou fazendo procurar outras terras que reunissem melhores condições de êxito, por vezes ampliando consideràvelmente a área cultivada.
           
Assim foram consolidadas as primeiras firmas arrozeiras chefiadas pelo Cel.Pedro Osório as quais, na safra de 1914 numa área cultivada de cerca de 1200 ha, colheram algo mais de 60 mil sacos de arroz. No ano anterior (1913) o técnico Henrique Semler, contratado pelo Ministério da Agricultura, tendo visitado nosso Estado, assim se manifestara em relatório apresentado ao Ministro dr.Pedro de Toledo:

“Os arrozais do Cel.Pedro Osório, a 20 km de Pelotas, pela área cultivada (cerca de 800 ha), maquinismos empregados no preparo do solo, sementeira, ceifa, debulha, secagem e beneficiamento do arroz, são considerados os melhores do Brasil”.


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Cel.PEDRO OSÓRIO: O TROPEIRO QUE SE FEZ REI


Ontem, na Biblioteca Pública de Pelotas, a partir das 18h, VERA RHEINGANTZ ABUCHAIM autografou sua excelente obra sobre a vida do importante empresário e político, seu bisavô, PEDRO LUIS DA ROCHA OSÓRIO.

Quase duas centenas de pessoas, parentes e amigos, valorizaram o minucioso livro, premiando Vera pelo seu dedicado e completo trabalho. Na entrada, belos painéis com fotos ilustram parte do seu trabalho
 
 

O título "O TROPEIRO QUE SE FEZ REI" retrata o conteúdo do livro, da vida deste valoroso gaúcho sobrinho do General Osório, citado por Darcy Rebello:

No fastígio da árvore da família Osório, secular, sobrepairam o vulto de Osório – guerreiro e general – e, pouco mais abaixo, o espírito dos dois Fernandos – repúblicos e historiadores – ao lado de Pedro Osorio - que foi grande pelo trabalho e pelo coração.”

Presença do prefeito Eduardo Leite, da vice-prefeita Paula S.L.Mascarenhas, dos irmãos, filhos, netos, genro e noras de Vera, e de primos descendentes de Pedro Osório, amigos da autora e admiradores desse valoroso gaúcho foi muito agradável.



Vera com Luiz Rechsteiner, o bisneto mais velho de Pedro Osório,
 sua espôsa Naná e filhos (tetranetos)



A tetraneta de P.Osório, Izabel, com a pentaneta Ana Carolina

terça-feira, 25 de junho de 2013

O REI DO ARROZ



      Pedro Osório, com diversas charqueadas e estâncias bem sucedidas, entrou para a cultura e beneficiamento do arroz por julgar ser o momento de aproveitar as ótimas terras gaúchas para esse cereal que teve, no Brasil, o primeiro país da América do Sul a cultivá-lo (início do século XIX) embora sendo um dos últimos a produzi-lo em abundância. Antes do arroz, a riqueza do Rio Grande do Sul, por muitos anos, foi quase exclusivamente o charque e a pecuária, não se podendo dizer exatamente onde termina o ciclo do charque e onde começa o ciclo do arroz.
Outros o precederam, desde o século XVIII pequenas culturas sem expressão econômica existiram ocasionalmente nos estados do norte e algumas tentativas no início do século XX influíram como precursoras de sua iniciativa, mas cabe-lhe, incontestàvelmente, destacado lugar entre os pioneiros da lavoura arrozeira gaúcha, e a mais culminante posição pelo arrojo dos empreendimentos, pela persistência de propósitos diante de dificuldades aparentemente insuperáveis, e pelo esforço incansável em busca de conhecimentos técnicos para aperfeiçoamento dos métodos de cultura.

Pedro Osório revisando o arroz colhido

Em 1907 iniciava o Cel.Pedro Osório seu primeiro arrozal, sob os cuidados do sr.Francisco Malaquias de Borba, semeando trinta sacos à margem direita do Arroio Pelotas, em seu estabelecimento denominado “Cascalho”, a montante do local onde, três anos antes, fôra lançada a primeira lavoura arrozeira do sul do Estado e de propriedade de Irmão Lang & Saenger. Irrigada deficientemente por falta de nivelamento adequado, carente de indispensáveis preceitos técnicos, a lavoura de Pedro Osório produziu reduzida colheita e grande prejuízo.
Encurtando despesas e persistindo no empirismo, contratou engenheiro e fez estudar uma área quase três vezes maior que a inicial, onde não obtivera resultados satisfatórios, construindo canais e calhas no primeiro “levante” utilizado para irrigação no Brasil de que se tem notícias (local conhecido como “quadrinha”, no Cascalho, com as bases até hoje visíveis), esgotos e entaipamentos, e lançou à terra mais de cem sacos de sementes, dando à área em cultivo irrigação adequada e os cuidados necessários. A colheita abundante foi o justo prêmio de sua inteligente perseverança.

Sob a firma Osório & Schild começou verdadeiramente o trabalho, ainda no Cascalho, administrada pelo sócio João Schild, cuja plantação elevou-se a 300 sacos de sementes. Nas várzeas do Cascalho, da Galatéia e do Liscano, onde Pedro Osório criava gado, surgiram audaciosas e imponentes lavouras.
Daí por diante foram aumentando visìvelmente suas plantações, multiplicadas as lavouras e, aos poucos, constituídas as sociedades. Vencida a primeira etapa, Pedro Osório organizou granjas, constituiu novas firmas, elevou as sementeiras a milhares de sacos, e voltou suas vistas para o beneficiamento do produto, para a melhoria das terras pela aplicação do adubo, para a seleção dos tipos, e para os meios de transporte. 
Esta postagem está baseada nos livro "O Tropeiro que se Fez Rei, de Vera R.Abuchaim", e que está impresso e pronto para o lançamento em breve, e "Dr.Oscar, do autor deste blog", a ser lançado em 2014.
Visite, do mesmo autor:

www.familiarheingantz.blogspot.com , www.arroiopelotas.blogspot.com , www.canilhelomar.blogspot.com e www.blogdojerseyrs.blogspot.com .

sábado, 6 de abril de 2013

UM GRANDE CHARQUEADOR III

Óleo de Galli, 1930, da Associação Rural de Pelotas


 Cel.Pedro Luis da Rocha Osório



Os anos passaram e aumentaram as charqueadas nas zonas da Fronteira e da Serra, a safra de 1914 atingindo 323.362 rezes, tocando a Pelotas um movimento de 72.232 cabeças. Novamente a maior matança coube a Pedro Osório & Cia. (26.300 rezes).







O cel.Pedro Osório presidiu a memorável sessão de 30 de julho de 1928, quando os Charqueadores do Rio Grande do Sul fundaram o seu Sindicato, êle eleito seu primeiro presidente.

De 1929 a 1930 a matança pelotense de bovinos para o charque ocupava a 3ª posição, com o abate de 953.869 cabeças.
           
No ano do falecimento do cel.Pedro Osório, 1931, sua charqueada era a de maior produção em Pelotas e na Serra, tendo o seu labor como charqueador atingido a zona da pequena propriedade rural. Pedro Osório sabia escolher seus sócios e altos servidores, tendo todos êles sido vitoriosos profissionalmente.
           
O cel.Pedro Osório tambem foi charqueador em Quarai e Júlio de Castilhos, fazendo parte da firma Osório, Abrantes & Cia., composta dos sócios cel.Pedro Osório, João G.Abrantes e Mário Franco de Abreu. Esta firma adquiriu a charqueada São José, que já havia pertencido aos industrialistas srs.José Moreira Machado e José Del Fabro. Com a morte de Pedro Osório, sua cota passou para os herdeiros, passando a fazer parte o sr.Ernesto Franco de Abreu.
           
25 de outubro de 1912 - Correio do Povo, P.Alegre/RS
Há um fato digno de registro ocorrido em 1917, alusivo à matança para o charque em diversos estabelecimentos, dos quais o cel.Pedro Osório era a principal figura. A matança formou um total de 91.687 cabeças, só registrado nos grandes frigoríficos do Rio Grande do Sul, sendo eles Pedro Osório, Abreu & Cia. - Tupanciretã (36.536 cab.), Pedro Osório & Cia. - Pelotas (30.958 cab.), Osório, Rocha & Cia. - Quaraí (13.693 cab.) e Guerreiro & Cia. - Caxias (10.500 cab.).

Resumindo quarenta anos de luta e de trabalho em prol da indústria do charque, pode-se dizer indicando o novo caminho a ser trilhado e abrindo novos horizontes à nossa emancipação econômica:
1929 - Pedro Luis da Rocha Osório

 “Com Pedro Osorio à frente a indústria saladeril alcançou, em intensidade, o mesmo brilho e o mesmo esplendor daquela de José Pinto Martins. Que ao charque deve suceder a agricultura demonstrou-o a atividade ímpar, o dinamismo magnífico e realizador do imortal Cel.Pedro Osorio” (conferencia dr.Solon Macedônia Soares, Visão Panorâmica de Pelotas, 14/07/1936).

Alem das firmas onde êle teve interferência direta, existiram outras onde sua ação foi fecunda, dentre as quais Guerreiro & Cia., em Caxias, da qual Alfredo R.da Costa, em “O Rio Grande do Sul”, diz o seguinte:

“Concorre tambem para o desenvolvimento industrial do município uma charqueada da firma em comandita Guerreiro & Cia., com o capital de 1.000:000$000 rs., e que abateu em 1921 cêrca de 20.000 bovinos”...

 

  Texto adaptado dos livros a serem brevemente impressos: "O Tropeiro que se fez Rei", de Vera R.Abuchaim, e “Dr.Oscar”, do autor deste blog.